sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

RECESSO

Boas. Bo, vou andar um pouco ocupado daqui ateh o fim do ano, entao noticias frescas agora soh no ano que vem!! Entao beijos e um feliz ano novo a todos!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

wesolych swiat

Boas. Natal!! Feliz natal pra todos por ai!! Bem, contino em varsovia, experientando o natal polones. Se voce tiver de regime, nao venha passar o natal por essas bandas de cah. Ha tantos paes, tantos doces, tantas carnes, que realmente nao da pra se segurar. O pai da Monika tah fazendo aqui agora um prato tipico, uma carne de caca, que estah sendo cozida em uma panela de ferro na lareira... Bem, no natal polones ha 13 pratos tipicos que sao obrigatorios. Nao sei bem ao certo ainda quais sao,mas hoje depois de comer eu digo pra voces. Aqui na polonia o natal eh comemorado no dia 24, quando a primeira estrela aparece no ceu, o que nessa epoca do ano acontece por volta das 16:30, 17:00. Depois no dia 25 de novo. Ontem eu andei explorando um pouco mais a cidade, e entre outras coisas fui visitar o coracao de um dos mais ilustres poloneses, Frederic Chopin. Por enquanto consegui evitar novos furos, e com algumas poucas palavras que aprendi em polones consegui ateh conversar com um cara no banco. Bom, eh verdade que ele so perguntou se eu estava esperando na fila, eu nao entendi nada do que ele disse mas pelo contexto achei que ele estivesse perguntando isso, ai eu mandei um super ' niet" e assim consegui o meu primeiro contato totalmente em polones. Bom, vou indo porque os convidados jah devem estar chegando para os comes e bebes, entao feliz natal, ou em polones, wesolych swiat!

domingo, 21 de dezembro de 2008

warszawa






Boas. Aqui na Polonia tudo bem. Muito frio mas tudo bem. As malas chegaram, e agora eu nao preciso mais andar por ai de calcinhas. Nao que isso tenha me impedido de cntinuar pagando micos, de maneira alguma. Ontem, depois de trocar minhas calcinha pelo meu long-johns (aquelas ceroulas, malhas que se colocam por baixo das calcas quano esta muito frio) eu desci e falei para a Monika que tava pronto para sair. Ela e a mae dela me olharam de um jeito estranho, e ai e Monika perguntou, " e voce vai sair assim, sem calcas??" foi ai que eu percebi que tinha colocada a ceroula mas tinha esquecido de colocar as calcas... Bem, menos mal que nao era festa e soh a Monika e sua mae estavam ali para ver a cena ridicula...
Varsovia me deixou surpreso. Sinceramente eh bem melhor do que eu imaginava. Para comecar, a comida eh excelente. Tenho comido muito pao, aquele pao escuro, que a gente ve em filme, com salmao defumado, salsicha de bisao, e uns trecos que eu nunca tinha ouvido falar. Sensacional. Alias a secao de frios do supermercado dah umas cinco de qualquer carrefour da vida no Brasil. Tirei foto, qualquer dia coloco aqui. Hoje eu fui tambem no antigo gueto de Varsovia. Bem, pra mim, que sou historiador, eh uma sensacao dificil de descrever... Bem, as fotos, na ordem sao: Casa dos Figaj - os pais da Monika tem essa casa no meio de uma floresta, e eh onde a gente tah agora. A segunda foto eh parte do muro do Gueto de Varsovia. A terceira foto eh uma praca, com um nome bem complicado... a ultima foto sou eu, andando com o Reksho no meio da floresta... Besos, ateh, Visite Varsovia!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Um Longo Dia

Boas. Quinta feira, 18/12/2008 foi o mais longo dia que jah vivi ateh aqui. Veja, acordei as 5:30 da manha, peguei o metro, fui ateh a estacao central de Nagoya onde junto com a Monika e o Kcrys, pegamos o trem bala para Toquio. Duas horas depois estava em Toquio. O engracado eh que depois levou duas horas e meia para ir de metro, da estacao central de Toquio ateh o aeroporto de Narita... Bem, 13:00, horario de Toquio, pegamos o voo da Aeroflot, uma empresa russa, para Moscou. Monika, que como eu nao gosta de avioes, tinha medo dobrado porque tambem nao confiava muito nessa empresa russa. O kcrys tava tao cansado que dormiu antes do aviao levantar voo, segurando no colo uma boneca gigante da hello kitty que ele estava levando para a sobrinha. Bem, o voo nao foi dos piores. Alias, eu por mim, so voo agora de empresas russas, ou algo do tipo. Eh que as aeromocas... Bem, voamos por dez horas, e, mesmo tendo saido de Toquio as 13:00 da tarde, chegamos em Moscou as 17:00 da tarde! Fuso horario eh uma beleza neh? Bem, quando a porta do aviao se abiu, senti o doce ar de outono em Moscou, menos 10 graus. Eu fico imaginando o que eh Moscou no inverno. Bem, conexao, aeroporto de Moscou em reforma, e em Moscou, diferentemente do Japao, as atendentes sao mais tipo infraero, se eh que voce me entende. Uma zona. Um monte de gente em uma fila que nao eh fila, e a mulher gritava " Praga, Praga, Praga iestes???" e ninguem ia pra Praga. Ai ela pergutou de novo " de narita pra Praga, alguem??" um grupo de japoneses ao nosso lado, quando ouviram o nome " narita" ficaram excitados e gritaram " narita" " narita", a mulher foi lah, soh que eles estavam vindo de Narita e indo para Istambul... A russa ficou furiosa. " Praga, eu perguntei Praga" e saiu resmungando umas coisas em russo, que segundo a traducao da Monika era " bando de criancas perdidas!" he he he, coitado dos japinhas, acostumados com o tratamento japones... Bem, depois ela gritou Varsovia, e ai a gente se animou, furou fila, passou pela seguranca e finalmente conseguimos embarcar. Saimos de Moscou as 19:00 horas, voamos por mais duas horas e chegamos em Varsovia as.... 19:00 horas! O dia que demorava pra passar! Bem, alfandega, passei tranquilo mesmo com a minha cara de imigrante ilegal que vai tentar a vida na Europa e estah acordado por mais de 20 horas, depois fomos pegar as bagagens, mas... sim, as nossas bagagens nao vieram. Nem a minha, nem a da Monika, nem a do Kcrys! Bom, reclama, perde meia horinha, e finalmente saimos do aeroporto. Quando cheguei na casa da Monika, um probleminha, nao tenho roupas. Bem, tudo tranquilo, a mae da Monika me arranjou uns moletons, coisa e tal, mas... nao tem cueca! E nesse frio do caramba sem cueca nao da! Bem, a mae da Monika pensou, e veja voce, tinha umas calcolas da avoh, ainda do tempo da segunda guerra, quando as mulheres usavam aquelas calcinhas gigantes e, bem, a verdade eh que, minha primeira noite na Europa eu passei assim, de calcinhas e moleton... Espero que minha mala chegue logo...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Férias chegando...


Boas. Eis aí a minha cara de hoje. É cara de quem já quer logo que as férias de inverno comecem, e elas hão de começar! Bom, mas antes ainda há umas ou duas coisas a se fazer né... Eu acho que a idade já está realmente pegando pro meu lado, porque toda terça-feira é dia de dor. É que como eu jogo bola na segunda de noite, é na terça que os efeitos surgem. Dor no joelho, dor na perna, agora é uma dor na coluna. Hoje fui andando meio torto pra faculdade, mas tá valendo. No caminho de volta, vi um casaco preto no chão, na calçada. Acho que alguém tinha acabado de deixar cair. Bem, eu não sabia muito bem o que fazer, então deixei o casaco lá mesmo, vai que a pessoa volta né? Aí eu vi uma menina de bicicleta cruzar a rua com sua bicicleta, olhar para o casaco, olhar para os lados... Aí ela desceu da bicilcleta e pegou o casaco. Pensei comigo, AH! Eu sabia que aqui também tinha disso! O casaco nem era dela e ela j;a vai querer se dar bem (o casaco parecia ser bem novinho) Ela pegou o casaco, limpou o casaco, dobrou o casaco e colocou o casaco na calçada, mas de lado, para que ninguém pisasse nele...
Bom, essa semana tá meio corrida pra mim, vou dar um pulo em Tóquio, Moscou e Varsóvia. Então quando eu chegar em Varsóvia (Acho que é na sexta) eu tento blogar alguma coisa direto do velho continente. Então, até lá!

Respondendo:

OI Lara!
Beijitos !!

Kobelus: Melhor. Vou ver no youtube entonces.

Valero! Vamos lá: Olha, eu não me lembro mais de muitos, mas se você quiser todos esses ditados e muito mais sobre Roma você acha em um livro que se chama Roma, vida pública vida privada, o autor é Pedro Paulo de Abreu Funari. Eu tenho o livro, mais tá no Brasil... Mas ele custa 10,00 conto em qualquer sebo, e deve ter na biblioteca da unb.(bom, não tem, acabei de verificar, mas tem o cultura popular na antiguidade classica, do mesmo autor, e eu acho que nesse livro também tem as frases, a chamada é 937/938 F979c E o outono, é que eu já falei demais do outono, ah o outono...




segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

É melhor ser temido do que amado...

Boas. Tenho passado apuros nas aulas de japonês. Querem que eu fale detalhes da natureza no Brasil o tempo todo. Querem que eu diga quais as estações do ano (quando começam e quando terminam) quais são as flores, as frutas, os festivais de cada estação, e a única coisa que eu sei é que, segundo Tom Jobim, as Águas de Março fecham o verão... Maquiavel disse que é melhor ser temido do que amado. Em tese, de acordo com o velho Maqui, a gente pode até sacanear com quem a gente ama (e como) mas dificilmente o faremos com quem a gente teme...
Digo isso porque os japoneses têm um grande medo da natureza, é acho que este é um dos porquês deles a respeitarem tanto. em uma ilhazinha onde tufões, furacões, terremotos e afins são constantes, eles aprenderam que mexer com a natureza não é bom negócio. Já nos, que amamos tanta a natureza, que vivemos em um país por ela "abençoado" a sacaneamos o tempo todo.
Mas outro motivo da veneração dos japas pela natureza é a religião xintoísta, que encara a natureza como sagrada. Pedra, rio, montanha, tudo isso pode ser sagrado, então daí também vem um grande respeito as coisas naturais. Mas, sempre tem um mas...
Eu acho também que os japas são meio hipócritas. Eles protegem a natureza sim, mas a deles. Os navios pesqueiros japoneses caçam baleias e peixes pelo mndo afora, indiscriminadamente, sem ligar muito para épocas de procriação e aquela coisa toda. Os Japas são também os maiores compradores de madeira de lei da Indonésia e da Tailândia, fomentando o desmatamento nessas regiões. Como eu acho que o mandante tem tanta ou mais culpa do que o pistoleiro, acho que os japas não estão com essa bola toda quando o assunto é meio ambiente não. Acho que não tem medo dos efeitos da natureza em outros lugares. Quando se trata da natureza de outros países, eles só têm amor...

Kobelus: pô, vou tentar ver esse filme aí...

Thaís: quanto tempo! tô esperando os comentários hein!

Tay: Como? Ah, sabe como é, o Japão é bom mais é uma merda, já o Brasil é uma merda mais é bom!

Rafael: Eu também!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Notas Rápidas.

>Boas. Esse mês eu esqueci de pagar a conta de luz. Quando eu fui pagar, já não podia, porque estava vencida. Aí eu não sabia o que fazer. Bem, como era para pagar e não para receber, fiquei na minha. Ontem chegou a conta novamente. Sem juros, sem correção, sem multa, nada. A mesma conta. E uma cartinha, dizendo que talvez eu tivesse esquecido, ou perdido a conta original, então eles estavam mandando outra. Lembrei-me do caso de um alemão que disse que um mês ele teve uma conta que era xxx,34. Ele não sabia, mas a conta era um valor fixo. Então no outro mês, quando veio uma conta de xxx,34, ele pensou que já tivesse pago. Depois de 3 meses sem [agar a conta, ele recebeu a visita de um empregado da companhia de luz. O sujeito veio muito educado, envergonhado, dizer que sentia pelo incômodo, mas talvez ele não soubesse, tivesse esquecido, coisa e tal, mas que tinha de pagar a conta. Igual no Brasil né?

>Quando eu estava no Japão, ouvia algumas lendas sobre o Japão. Por exemplo, de que não podia existir uma "sushi woman" de que para os japoneses o sushi era um prato preparado, unicamente, por homens. Mentira. Em Tóquio comi em um sushi bar em que o preparador eram uma "sushi woman."

>Aliás, se comesse no Brasil, sushi com maionese, diria que é coisa do Paraguai, sushi mal feito adaptado no Brasil. Bem, aqui se come, e muito. Como também se come sushi de carne, e várias outras coisitas estranhas. Aliás, hoje mesmo eu comi...

>Por fim, aquela moda que os japoneses tinham de jogar computador no lixo, acabou. Ainda se pode achar muita coisa no lixo, é verdade. Esse sofá mesmo onde eu estou agora digitando esse texto veio do lixo. Mas os produtos eletrônicos estão quase todos agora em uma cadeia de lojas que se chama "hard-off" não confundir com "hard-on" (desculpem pela piadinha de pouco nível)
Bem, na hard-off se pode comprar qualquer eletrônico de segunda mão. Instrumentos musicais também. É tudo bem mais barato. Eu mesmo quase comprei um baixo, igual aquele do Paul MaCartney, mas quando pensei em levar para o Brasil, desisti. Há também lojas de roupa, tudo de segunda mão. Inverno passado mesmo eu comprei um casaco "Ralph Lauren" por 10,00 reias. Serviu-me o inverno todo. Depois deixei-o em algum lugar na China. Agora deve tá esquentando um chinês qualquer...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Choque de gestão, congestão e vômito.

METAS QUE A ESCOLA DEVE CUMPRIR

Diminuição dos índices de repetência em 20%, a partir do ano letivo de 2008

Elevação do desempenho individual da escola, medido a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2005

Redução em 20% no percentual dos alunos defasados em idade x série, a partir dos dados do Censo Escolar de 2006

Aumento do índice de aprovação em 20% a partir do ano letivo de 2008

Diminuição da evasão escolar em 20% ao ano a partir do ano letivo de 2008


Boas. Já vou pedindo desculpas, mas hoje eu tô que tô e vou falar de política e educação. Eu ando cansado. Cansado dessa besteirada do pessoal da educação que acha que ser "moderno" e "eficiente" é imitar essas bobagens todas que as empresas empurram em seus funcionários goela abaixo. Mas se é pra ser moderno, se é pra ser técnico, os caras deveriam pelos menos ler uns livros ou dois sobre políticas públicas e administração antes de fazer as imbecilidades que fazem, Vejam essas metas por exemplo. Sabe como os professores vão cumprí-las todas? No conselho de classe, quando os caras falavam, "olha, quem ficar por mais de 0,5 longe da média eu não libero" vai virar "olha, quem ficar por mais de 4,5 longe da média eu não libero, o resto..." Quanto ao Ideb, bem, perto da prova o povo vai fazer um intensivão, passar umas dicas ou duas, ensinar só o que vai ser cobrado e pronto, tá feito. Assim, todo mundo fica contente, o professor ganha a sua mesadinha cala-boca e o governo vai pubilcar todo orgulhoso os dados, com gráficos, que é para parecer mais "moderno" e "técnico", e vai mostrar como a educação está melhorando. Está?
Não, é claro que não. Se os senhores da secrtaria de educação tivessem estudado um pouquinho de política pública, saberiam que essas metas, da forma como estão elaboradas em um sistema ultrapadíssimo chamado de "inputs" e "outputs", onde eu não presto atenção no processo, só no começo e no fim, não melhora nem nunca melhorou nada. Pode sevir pra fazer carro, mas não serve para formar gente, cidadão. Gente não é carro. Sugiro que leaim "better policies, better schools." Vão aprender um pouco sobre políticas públicas de educação. Esses senhores de gravata, se querem tratar de educação, tem de ler menos "o monge e o executivo" e mais Paulo Freire. Aqui no Japão Paulo Freire é tão famoso...
Mas por vezes eu acho que os professores merecem. Porque, pelo que li, a maioria tá gostando da idéia. Talvez não tenha se dado conta de que o governo, assim mesmo na cara dura, falou claro e alto que a culpa da educação ser ruim do jeito que é, é do professor! A educação só é ruim porque o professor não se esforça! Bando de mercenários! Se a gente jogar uma graninha, eles vão trabalhar direito e a educação passa a ser boa! Fácil né? É, mas Mencken já havia dito,
"para cada problema da humanidade há uma solução simples e fácil, mas sempre errada."
Bom, para não dizer que eu fiquei aqui só chorando as pitangas, vou colocar a minha solução. É uma experiência, tem de começar aos poucos. Vamos começar com o governador, os secretários e , digamos, os policiais civis. Segundo o MEC, o salário médio do professor no DF é de 3.371. Então vamos colocar essa galera toda ganhando esse salário. Agora vamos para as metas! Polícia, tem de resolver 20% mais casos, prender 20% mais bandidos e diminuir 20% o número de mortes do DF. Secretários, cada ano precisam cumprir pelo menos 25% das promessas do governador para seus respectivos setores. Governador, tem de cumprir pelo menos 25% das coisinhas que prometeu, a cada ano, para poder fechar com 100% no fim do mandato. A cada ano que vocês cumprirem a meta, vão poder ganhar até mais um salário por ano! E aí, animam? A gente pode também incluir os deputados distritais! Depois vai ampliando, procuradores, médicos, policias militares, o DF vai ser tão moderno, todo mundo cumprindo metas, vamos com certeza viver em um lugar melhor!!!!!!!!!!
Senhores políticos, menos "quem mexeu no meu queijo." Troquem por Octavio Paz. Olha o que ele escreveu: "Vivemos em um mundo de técnicos, diz-se. Apesar das diferenças de salários e de nível de vida, a situação desses técnicos não difere essencialmente da dos operários: também são assalariados e tampouco têm consciência da obra que realizam. O governo dos técnicos, ideal da sociedade contemporânea, seria assim o governo dos instrumentos. A função substituiria a finalidade, o meio, ao criador. A sociedade caminharia com eficácia, mas sem destino. E a repetição do mesmo gesto, característica da máquina, conduziria a uma forma desconhecida da imobilidade: a do mecanismo que avança de parte alguma para lado nenhum."
Vamos lá DF!! Choque de gestão neles!!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Os trapalhões e o analfabetismo


Boas. Hoje tava cansado e resolvi assitir um filminho. Escolhi uma das obras primas do cinema nacional: os trapalhões na Serra Pelada. A primeira cena do filme é nada mais nada menos do que Sivuca tocando sanfona em um inferninho, com uma stripper cheia de dinheiro colado ao corpo. Sensacional. Filme infantil que começa com uma cena dessas, só no tempo em que o politicamente incorreto não existia. Segunda cena, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias estão de frente para a Serra Pelada. Didi pergunta "cada as muié?" Dedé " A gente veio aqui foi pra catar ouro, não foi muié", Mussum "minha grana vou comprar todinha de Mé...." e Zacarias tampa os olhos - está com vergonha porque nunca viu uma serra pelada antes.
O filme é infantil, continua sendo engraçado - eu ri pacas - e ainda tem as mensagens contra exploração dos mais ricos, o domínio estrangeiro, aquela coisa toda. Hoje em dia os infantis são só aqueles desenhos chatos da Disney que gastam milhões de dólares para mostrar bichinhos engraçados em histórias tristes. Antes disso teve Xuxa e Angélica. Eu continuo preferindo os trpalhões... Trilha sonora: Sivuca e Paulinho Tapajós. Bons tempos...
Mas nem só de filmes vive o homem. Eu ando meio ocupado por cá. Ontem assisti a uma aula em Harvard, e hoje a outra, na London Economics School. É isso mesmo. Tudo isso daqui mesmo, do meu computador. As melhores universidades do mundo têm várias aulas disponíveis, em diferentes tópicos e áreas de conhecimento, para serem acessadas. Pode-se ver ou ouvir no computador, ou no Ipod ou coisa parecida. Hoje só não tem acesso ao conhecimento quem não quer. Ou, quem não pode... No Brasil mesmo, somos mais ou menos 180 milhões, com uns 43 milhões que têm acesso a tal da internet. Fora isso, para realmente se ter acesso a uma grande e boa gama de informações da rede, tem de saber inglês. Eu não sei, mas acho que isso em algum tempo já vai se tornar um novo índice de analfabetismo. Não tem acesso a web, não fala inglês, analfabeto. Mas primeiro a gente tem ainda de resolver o nosso outro analfabetismo. e outras coisinhas mais, né? Afinal, os filmes infantis mudaram muito, mas os problemas do Brasil...

Respondendo:

Rafael: Taberu é o infinitivo do verbo "comer"

Kobelus: É , mas o português é difícil sim...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sifu


Boas. Andei sumido, sei, mas acontece que não é todo dia que se está inspirado pra escrever né? Nesses dias em que pouco escrevi, andei vendo as notícias. Gastou-se bastante papel e saliva para se discutir a apropriação ou não do "sifu" do presidente. Eu acho fantástica a capacidade que nós temos de nos concentrar na coisa errada. O discurso do presidente foi mais ou menos assimassim "Imaginem vocês, se um de vocês fosse médico e atendesse a um paciente doente, o que vocês falariam para ele? Olha, companheiro, o senhor tem um problema, mas a medicina já avançou demais, a ciência avançou demais, nós vamos dar tal remédio e você vai se recuperar. Ou você diria: meu, “sifu”. Vocês falariam isso para um paciente de vocês? " Aí os homens e mulheres ais inteligentes do país começam a discutir se o presidente deve ou não dizer "sifu", quando a questão colocada é, o médico deve ou não dizer a verdade ao paciente, ou , o presidente deve ou não dizer a verdade ao país? Parece que o president acha que não. E parece que ele pode falar isso abertamente, porque os idiotas de plantão vão se apegar exatamente no que não importa, na forma, ao invés de prestar atenção ao conteúdo...
Bem, aqui no Japão eu entenderia um debate sobre a fala do presidente. Eles são meio maníacos com essa coisa da adequação da fala. Só para vocês terem uma idéia, não há muitos tempos verbais, basicamente presente e passado. comer por exemplo é "taberú". Passado "tabetá". Mas tem a adequação.... Se eu tô falando com um amigo, ou um "inferior" posso usar "taberú", tranquilo. Se estou falando com um desconhecido, ou alguém um pouco superior, tenho de falar "tabemasu." Se estou falando com alguém muito superior, sobre a minha ação de comer é "itadaquimas" se estou falando sobre a ação praticada pelo meu superior "meshiagarimasu." Enfim, mais fácil fazer como o Lula e mandar um simples "sifu.
Longe daí, e longe daqui, no Grécia, terceiro dia seguido de quebra pau, porque um polícial matou um estudante de 16 anos. E no Brasil? Bem, só no Rio, segundo a Anistia internacional, foram 1.260 em 2007. Se fóssemos fazer 3 dias de quebra-pau pra cada um que a polícia mata...
Mas isso não tem importância. Em um país hipócrita como o Brasil, o que é importante mesmo é se "sifu" pode ou não pode. Enquanto isso nós é que sifu.

Respondendo:

Rafael: pois é, ces't la vie...

Kobelus: é, como vc disse, complicadíssimo.

Anônimo: obrigado. Mas não cheguei a fazer história não, so fui parte dela...

Tay: Vê se passa mais vezes por aqui. Não é burocracia não. Você é que postou 2 vezes o mesmo post!



quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Vamos matar as criancinhas!


Boas. Ontem eu falei da democracia no Butão, e hoje eu vi uma notícia que tem a ver com a democracia no Brasil. Aconteceu em Oslo um encontro para o banimento de bombas de dispersão. Essas bombas são especialmente perigosas porque elas espalham pequenas partes, que também podem explodir postereriormente. Por isso mesmo que 98% das vítimas são civis, e desses, 30% são crianças. As crianças geralmente acham os restos dessas bombas, e confundem com brinquedos, por isso o número tão alto de vítimas infantis.
Bom, um tipo de bomba que erra 98% dos seus alvos (partindo-se do princípio de que em uma guerra os alvos deveriam ser somente militares) e que mata 30% de crianças, não é um armamento eficaz, por isso 98 países assinaram o seu banimento. Exclua desses 98 o Brasil. O Brasil não votou porque tem 3 fábricas Avibras, Target e Ares, que fabricam essas bombas e vendem para o Oriente Médio. Ou seja, é bom para a nossa economia. Ou melhor, para a economia dos donos dessas empresas. É o Estado, a democracia, servindo não ao povo, mas as empresas. Brasileiros que como eu vivem no exterior, sabem quão ineficaz o Itamaraty é para proteger os nossos direitos de cidadãos brasileiros aqui fora. Mas graças a Deus é bastante eficaz para proteger o interesse das nossas empresas. Mesmo das que matam. Viva a política externa!

#Se você quiser ver o que as nossas empresas fazem com as crianças do mundo, coloque "cluster bombs" no google e clique em imagens. As vítimas que morarem no Oriente Médio tem 80% de chance de serem nossos clientes!

Foto: Árvore de dispersão em Nara, arma altamente letal no outono, que dispersa suas folhas coloridas por todos os lugares.

respondendo:

Sarah! é mesmo, tinha esquecido da Cláudia.
Ruth: Minina, comendo torrada no café da manhã, pra poucos!
Kobelus: Bom, seu avô viveu em um regime socialista totalitário, assim como outros na Alemanha viveram em um regime capitalista totalitário, assim eu acho que o verdadeiro problema não é se é socialista ou capitalista, mas sim se é totalitário ou não...

Larissa: Cultura, mas nem tanto... Beijos!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Aqui com os meus Butões


Boas. Estava vendo algumas fotos das viagens, e quando via as fotos das viagem ao Tibet, lembrei-me do Butão. O Butão é um reinozinho vizinho ao Tibet, o último país onde a televisão foi permitida (só em meados da década de 90.) Vocês aí no Brasil não devem conhecer nenhum Butanês né? Eu conheci um, estudava aqui em Shiga, o Farsal. O Butão é assim como todo lugar, tem coisas boas e ruins. De ruim eu me lembro por exemplo do fato deles terem expulsado todos os butaneses de origem, nepalesa, criando um dos maiores campos de refugiados do mundo, o de butaneses no Nepal. Mas o que me chama a atenção mesmo, é o fato dos butaneses terem chorado, protestado e esperneado quando o rei disse que o Butão deveria ser uma democracia.
As políticas do rei do Butão, em 30 anos de reinado, aumentaram a expectativa de vida da população em quase 70%. Ele criou o sistema educacional e de saúde gratuito para toda a população. Se você quiser saber o Produto Interno Bruto do Butão, vai ser difícil, porque o rei disse que esse número pra ele não diz nada, e ele trocou pelo "Produto de Felicidade Bruta." Ele quer que o povo esteja feliz. E parece que o povo está. Bem, estava...
É que o rei está ficando velho, e disse que não pode garantir que o povo do Butão sempre terá um bom rei, e que por esse motivo já era hora do povo saber governar a si mesmo. O rei instituiu eleições e fez do Butão uma democracia. Foi a senha pra felicidade do povo terminar. A esmagadora maioria da população, não queria a democracia. Eles achavam que a política divide a nação. Jovens estavam preocupados que o próximo governo fosse acabar com o "Produto de Felicidade Bruta." Mas não teve jeito. As eleições aconteceram em Março desse ano. O novo governo, por enquanto, mantém o "Produto de Felicidade Bruta." Isso me faz pensar que nem sempre os indicadores econômicos são os mais importantes para um país. Muitas vezes pode se ter um PIB grande, com um monte de gente infeliz. Faz pensar também que enquanto alguns governantes querem ser reis, perpetuando-se no poder até morrer, alguns reis ainda temem pelos maus governantes que seu povo possa vir a ter. Faz pensar por fim, que valores que por vezes temos como absolutos, como democracia, são relativos. Não necessariamente a democracia é boa para todo mundo. No Butão por exemplo, eles gostavam mesmo era do rei...
Farsal voltou para o Butão. Quando mandar notícias, eu aviso a vocês. Enquanto isso, vou continuar a pensar aqui, com os meus Butões.

Foto: Eu, no Tibet, o vizinho do Butão que não tem rei nem democracia, tem o governo totalitário chinês, que todos apoiamos porque produz produtos baratos que gostamos de comprar nos 1,99 da vida.


Repondendo:

É Ruth, acho melhor você e o rodrigo fazerem exame de verme, uma vida inteira descalça na rua baiana é certeza de amarelão!

Kobelus: POis é, essas escolas só querem propaganda...

Samara: Lumbriguenta!! Deixa sua mãe saber!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A preguiça de Macunaíma
























Boas. Por vezes a gente que mora fora do Brasil acaba por ter notícias do país assim, digamos, por acaso. Como vocês sabem eu não tenho televisão por aqui, mas pela internet posso assistir a alguns canais. Um deles é a BBC de londres. Bem, sábado pela manhã estava eu sem ter muito o que fazer, e resolvi assistir a tal BBC. No intervalo do jornal, o anúncio de que o próximo programa seria um documentário sobre as crianças da Bahia, no Brasil.
O documentário começa falando de uma característica baiana que nós conhecemos bem: a preguiça. Mas nesse interior da Bahia onde o documentário foi rodado, a "preguiça" das crianças, e dos adultos também, tem uma explicação: verme. É, isso mesmo, uma equipe de São Paulo foi até o lugar, e fez exames com todas as crianças de uma escola, 88% das crianças entavam infestadas de vermes. Os médicos explicavam que essas crianças, que já não ingerem lá muitos micronutrientes, ainda têm de "dividir" com os vermes os poucos micronutrientes que ingerem. Não fosse o bastante, os vermes ainda impedem que as crianças se concentrem e aprendam. O fato de 88% das crianças terem verme não foi assim uma grande surpresa, haja vista que a região não tem rede de esgotos.
O documentário sai da Bahia e vai para Minas, onde o mesmo problema acontece. Lá o grande vilão é o "hook worm" nosso famoso amarelão. Médicos americanos estão tentando produzir uma vacina contra o verme, já que as condições sanitárias façam com que a infectação e reinfectação sejam constantes, logo "limpar" um paciente dos vermes não adianta muito, porque amanhã ele vai contrair novamente os vermes.
Aí a gente pára e percebe que os problemas de educação no Brasil são realmente vários, por vezes complexos, por vezes básicos. Aí a gente pensa na ironia e na imbecilidade do discurso político de um país que diz querer ser líder de alguma coisa, mas que me faz morrer de vergonha, aqui do outro lado do mundo, porque não consegue fazer nem com que suas crianças tenham uma vida com o mínimo de higiene. Ao invés de querer entrar pro "conselho de segurança da ONU" deveríamos é querer se livrar dos amarelões e companhia. Brás Cubas na dedicatória de suas memórias póstumas disse "ao verme que primeiro roeu as frias carnes de meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas" então eu dedico esse post "aos vermes, que estão roendo o futuro das crianças pobres de meu pobre país."


Fotos: Byodoin, "casa da fênix" templo feito em 1052, que estampa a moeda de 10 yen, e que fica a poucos minutos daqui de casa.

Respondendo:

Larissa: Que bom que vc. gostou. Ah, acho que o natal vai ser bom!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Só uma coisinha...





















Boas. Achei essa foto do dia em que fiz a minha matrícula na Unicamp, não podia deixar de fora. É o dia mais feliz da vida de um estudante que, como eu, trabalhou arduamente para poder entrar em uma das mais prestigiadas universidades do Brasil. Mas na verdade a foto é uma desculpa para falar de outra coisa. Muita gente me tem falado das coisas que eu "esqueci" de contar. Na verdade eu não esqueci não, eu sei que teria muito mais pra contar, mas sabe como é, post se fica muito longo fica muito chato. Mas tem uma coisa que eu realmente esqueci, e que não poderia deixar de falar, porque mostra a ironia e quão cínico é o sistema educacional no Brasil. Bem, vocês se lembram que na 3a série do 2o grau eu tive de sair do Leonardo da Vinci no último bimestre e me dirigir ao Ceteb para poder passar de ano. Bem, depois que eu passei no vestibular, fui até o Leonarodo da Vinci tirar uma onda. O meu professor de química não acreditou quando eu mostrei a carteirinha da Unicamp pra ele, mas ao invés de alegre pela minha vitória ele estava mesmo era puto da vida. Mas o melhor foi quando eu, já em casa, recebi um telefonema do Leonardo da Vinci. Do outro lado da linha uma senhora me teve a pachorra de oferecer uma "segunda chance" eu só teria de ir até a escola para fazer uma provinha de matemática e outra de química, matérias em que eu tinha ficado enganchado. Ela me ofereceu a chance como se fosse uma tremenda oportunidade para mim, dizendo que eu ia ter um certificado de conclusão do 2o grau do Leonardo da Vinci. Bem, o que eles realmente queriam era usar o meu nome naquelas propagandas ridículas e nas estatísticas furadas dos "aprovados." Talvez tenha sido esse o segundo momento mais feliz da minha vida acadêmica, quando eu ao telefone perguntei "deixa ver se eu entendi direito, você está me pedindo para que eu, um UNIVERSITÁRIO, vá até aí para fazer uma prova de 2o grau?" a moça, meio constrangida do outro lado respondeu "é..." eu disse "querida, mande um recado pra mim, mandem esses imbecis a M....@ ^%$#%&"

PS: Pai, aí está a foto do jipe.


Kobelus: espero que seu caso não tenha sido tão ruim quanto o meu...

Ruth: Sim, eu imagino que a menina do ônibus seja quem você está pensando. E não adianta NADA você me dizer o que falavam naquela época, você tinha de ter me ajudado era NAQUELA ËPOCA!

Samara: beijos, saudades, tempo livre só tem vantagens...

Rafael: obrigado, que bom que você gostou!

Sarah: Longe de ser um latin lover, "eu sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo do interior!"