quinta-feira, 26 de junho de 2008

Chega de Saudade

Boas. Como vocês todos já estão carecas de saber esse ano comemora-se o centenário da imigração japonesa. Pra mim o grande mistério da imigração japonesa é porque no Brasil os japas todos se dedicaram a vender pastéis nas feiras se aqui no Japão não tem pastel, mistério... Mas sabe que esse ano também se comemora os 50 anos sa bossa nova Eu adoro bossa nova. Gosto de quase tudo. E aqui no Japão eles também adoram. Pode-se ouvir bossa nova em qualquer lugar aqui. Dentro das lojas de departamento, nos restaurantes, nos bares. Outro dia eu fui ao supermercado aqui, perto de casa, e podia-se ouvir uma bossa do Caetano Veloso. Lembro-me que em uma noite de insônia, ainda em Nagoya, resolvi ir as três da manhã ao Mcdonalds. Pois é, as tantas da madrugada, em um Mcdonald qualquer de Nagoya, tocava-se bossa nova.
É fato, a cultura brasileira é forte, muito forte. O problema é que há tantos brasileiros sem cultura...
A bossa nova mesmo é um pouco renegada hoje em dia aí no Brasil. O lance são as danças. Pelo que vejo através da internet, o lance agora é a dança do créu. Massa. Muito bom. O consolo é saber que nunca vamos comemorar os 50 anos da dança do créu. Afinal de contas, alguém ainda sabe cantar a "dança da garrafa" que consagrou Carla Perez e companhia, dança que as crianças de quinze anos atrás (como minha sobrinha Larissa e minha priminha Samara) dançavam e cantavam freneticamente sem párar? Não. Porque isso não é cultura, é lixo. Mas mesmo quem não gosta de bossa nova já assobiou garota de ipanema, ou já usou o soneto da separação pra ganhar uma garota, ou sabe terminar o verso "é pau, é pedra..." Bossa Nova é música brasileira, e boa. É por isso que ainda hoje se é posível ouvi-la, sem nem tanto no Brasil, ainda muito em Nagoya.
E por falar em Nagoya, fim de semana passado fui a Nagoya. Na sexta fui ao apartamento de Wasena, do Sri Lanka, e que morava lá no Kaikan. Ela fez uma festinha pra mostrar o apartamento dela. Estavam lá Shruti, Renat, a esposa japonesa do Renat, sim, esposa, ele casou mês passado, Krys, Monika, Bharti, Ellen e eu. foi muito bom, tão bom que conversando perdemos noção do tempo, e tivemos de sair correndo, literalmente correndo, para poder alcançar o último metrô. A Ellen levou uma máquina e turou fotos, assim que ela me mandar as fotos eu coloco aqui. Ou não. É legal voltar a Nagoya e saber que em apenas seis meses lá fiz tantos e tão bons amigos. Quer dizer , fiz não né, já que o tema é bossa nova deixe-me lembrar Vinícius, que dizia que amigo não se faz, se reconhece. Pois bem, fico feliz de ter "reconhecido"tantos e tão bons amigos. De quando em quando bate até saudades. Mas como dizia a música que deu o ponta pé da bossa nova, chega de saudade. Bem, vou terminando por aqui hoje. Demorei em postar porque sabem como é, ando ocupado. Beijos a todos, e pra terminar, lá vai Tom Jobim, que quando morava nos Estados Unidos dizia que os Estados Unidos é bom, mas é uma merda, já o Brasil é uma merda, mas é muito bom... tem frase melhor pra definir o sentimento de um brasileiro expatriado? Não tem!

Ah, beijos de aniversário pra Mamãe e para meu irmão Paulinho. Foi ontem, mas o registro aqui está.

Deya: Aqui tão falando também. Ainda mais agora que o filho o Naruhito passou por aí...

rafael- Sim, são claras assim...


taynara- Não levei nada, sabe como eu sou, eu me confundi com as datas, a festa é só em duas semanas, e eu vou tocar (e cantar) "querida" de Tom Jobim...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Há cem anos atrás, era possível sonhar com o Brasil...






Boas. O clima começou a esquentar aqui no Japão... Daqui a pouco chega o verão e com ele, 3 meses de férias... O intinerário já está quase pronto. entre outras coisas vou escalar o monte fuji em julho, estarei em Hiroshima no dia 06 de Agosto, aniversário da bomba, e em Tóquio em Setembro. Mas aqui na minha velha e pacata Otsu, ainda é tempo de estudo, e amanhã eu tenho prova e apresentação oral. Depois, as 17:30, tem um a festinha onde sou obrigado a apresentar alguma coisa típica do Brasil. Pensei em levar um político corrupto, ou talvez uma"autoridade" dessas que entregam morador pra traficante. Não, quem sabe um menino de rua!Que coisa mais típica do Brasil do que isso? Mas foi difícil de achar esses produtos por aqui. E pensar que cem anos atrás, exatos cem anos, um grupo de japoneses deixavam sua terra porque acreditavam que o Brasil era um lugar melhor pra se viver. E era. Cem anos depois, e cá estamos nós. É claro que o Brasil ainda é um ótimo luga pra se viver, só que hoje ninguém mais sonha com o Brasil. Essa coisa toda de comemoração do centenário da imigração japonesa nos dá mais esse tapa na cara, de repente percebemos que ao invés do país do futuro, fomos o país do passado... Hoje são os brasileiros que sonham em sair. Não é por acaso que somos barrados em todos os aeroportos do mundo. Uma pena né? Mas é isso aí, vamos comemorar o centenário, vamos lembrar de um tempo onde o Brasil era uma terra onde era possível sonhar.
Bem, essa foto ai em cima eu tirei em uma noite de insônia. É, noite mesmo, isso é a janela do meu quarto as 04:30 da madrugada. Não é por acaso que chamam esse lugar de o país do sol nascente...

sábado, 14 de junho de 2008

hora de ir para a escola....




Bom, aqui estão as fotos da visita que eu fiz a uma escolinha aqui. Como tem muita foto, o começo é lá na outra página, lá embaixo nas postagens mais antigas....





Foto do refeitório e da melhor hora do dia, hora de ir embora!!!!








Uma coisa que eu não entendi direito foi esse porta papel "air force." Primeiro porque eu acho que não tem banheiro em caça da força aérea, segundo porque ee tivesse não i ter esse porta papel ridículo. Bem, em todo caso, como vocês podem ver, na escola pública não tem toto, privada eletronica. E como vocês também podem ver, a força, diferentemente do que diz o porta-papel, é no chão mesmo...
















aqui um panorama da sala de eocnomia doméstica. Sim, além de marcenaria as crianças, meninos e meninas, também têm noções de economia doméstica...




Aqui vocês podem ver a quadra de esportes e as capas de chuva. As crianças não tem um "uniforme" mas todas têm a mesma capa de chuva - chove muito aqui nessa época do ano- e o mesmo chapeuzinho amarelo...




aula de música.



computadores...



Essa criança da foto tem o que os pedagogos hoje chamam de "necessidades especiais." Nessa escola que eu visitei, as crinças que se enquadram nessa categoria, têm aulas separadas, porque demandam também uma atenção especial. Essa menina deve ter um caso mais complicado do que dos outros, porque fica boa parte do tempo sozinha com a professora. Havia uma outra sala com um seis ou sete alunos também com necessidades especiais.



sala dos professores...








Bem, aqui vocês podem ver a aula de marcenaria. É, marcenaria também faz parte do currículo normal da escola primária dos japinas. É desde pequenos, como vocês podem ver pelas fotos, eles trabalham com furadeiras, serras tico-tico e tudo mais. Eu fiquei imaginando que no Brasil, se uma mãe visse seu filho mexendo na escola com serras e brocas desse tipo, ia querer processar a escola ou coisa do tipo. Bem, aqui nenhum acidente aconteceu até agora, e em uma das fotos vocês podem ver os trablahos dos garotos em madeira.


Aqui se tem uma visão geral de uma sala de aula. Essa cara vestido de garçon aí na frente é o professor...



Bom, vou começar o meu post sobre a visita a escolinha dos japinhas com essa foto aí. É a foto da limpeza, ou melhor dos instrumentos de limpeza. Aqui, pelo menos nas escolas públicas, que são onde 98% colocam seus filhos, o moleque limpa a sala junto com o seu paninho próprio. E não é punição não, é o normal, todo mundo limpa a salinha junto e assim todo mundo aprende melhor que não se deve sujar...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Terremoto

Boas. Parece que teve um terremoto aqui no norte do Japão. Bem, como já deu pra perceber eu só fiquei sabendo do terremoto pelos sites brasieliros. O norte do Japão, perto de onde está tóquio é bastante vulnerável a terremotos. Já a região onde estou, por ser muito montanhosa, tem um risco bem menor. Bom, só tô postando pra avisar que tá tudo bem. Beijos,

quinta-feira, 12 de junho de 2008




Boas. Fiqeui um tempinho sem blogar né? POis é, foi por preguiça mesmo. Sabe como é, o calor tá chegando, coisa e tal, aí a gente fica mais preguiçoso. Tenho estudado um pouco mas passo a maior parte do tempo mesmo lendo e vendo as séries que baixei no computador, friends, 24 horas, seinfeld, heroes, sabe como é, bem de boa mesmo... Hoje eu ia colocar as fotos da escolinha que visitei, e falar tudo como foi, mas bateu uma preguiça... Então acho que vou fazer isso no fim de semana... Mas tem essa foto da televisão do quarto de hotel que fiquei. Eu não sou um grande frequantador de hotéis não, mas tv de moeda foi a primeira que eu vi na minha vida então...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

"Onsen parte II - a hora da cob, digo, da onça, beber água"

"Houston we have a problem..." bom, eu não sei bem o porquê mas essa frase sempre me vem a cabeça quando eu vejo que a coisa vai feder. Quem não sabe o porquê da frase, vai procurar no google que eu tenho mais o que fazer. Bem, a minha situação era bem simples: meu professor me estava convidando a entrar no Onsen. Eu tinha duas alternativas, dizer não e dizer sim. Se fosse não, todo o meu esforço de construção das minhas relações diplomáticas nipo-brasieliras iriam com certeza por água abaixo, melhor, por águas termais abaixo. Se fosse sim, talvez tivesse de tirar a roupa ao ar livre. Em situações assim, onde um cenário é ruim e o outro TALVEZ seja catastrófico, eu aprendi com o Jack Bouer que a gente tem de ir para o talvez, bem, na televisão pelo menos sempre funciona. Me apeguei a essa chance e disse "claro! Eu vim do Brasil até aqui e não vou entrar no Onsen? Mas CLARO que vou!" "Então vamos lá!" Fechei os olhos e disse "vamos lá!" e pensei "que a força esteja comigo..." Fomos até a loninha para trocarmos de roupa. Vi que meu professor colocou um calção, o que me aliviou de imediato. Coloquei o meu bermudão de surfista do Paranoá e percebi que tudo ia acabar bem. Meu professor pegou uma toalhinha de rosto e colocou sobre os ombros. Eu, que não tinha toalhinha de rosto, peguei mesmo a minha toalha de banho e fiz o mesmo. Quando chegamos perto do poço de águas termais já estava mais calmo, afinal tudo o que eu havia lido nos livros sobre como os japoneses tomam banho pelados nos onsens estava provando ser uma trememenda de uma lorota. Lá estávamos eu e meu professor, devidamente trajados com short e bermudão prontos para entrar no Onsen, e vestidos, sim, vestidos com nossos shorts, ora bolas, que bobagem é essa de tomar banho nu na frente dos outros! foi aí que, para meu espanto e desespero, meu professor tirou seu calção e , nu como veio ao mundo, entrou nas águas termais. Eu, em estado de choque, percebi que aquilo era como ter de matar alguém, se fosse pensar não ia fazer, e aí, com minha mente ainda paralisada, tirei meu bermudão de surfista do paranoá e, assim como ao mundo vim em um cinco de fevereiro, também mergulhei nas águas termais. Como dizem os hispânicos, Que sera, sera.
Na primeira parte desse post disse que quanto mais tempo passo no Japão menos compreendo os japas e suas manias. Aqui o professor tem um status que é diferente do que acontece no Brasil. Vou tentar exemplificar. Seu eu vou perguntar para um amigo se outro amigo está digo zezinho iru? Se vou perguntar pra alguém que não conheço, ou para alguém mais velho ou se o zezinho é alguém com quem não tenho intimidade digo, zezinho imaska? Mas se zezinho for um professor ou alguém muito importante terei de dizer zezinho irasha imaska? Até a linguagem que se usa com o professor é outra. Há todo um ritual e uma formalidade para se falar com o seu orientador ou professor. E, de repente, o homem me cai nu no onsen. Mas isso não foi tudo. A toalhinha (que para completar o quadro de caos era do pokemon) era pra ele andar de um lado para o outro, de um poço para o outro. O homem me colocava aquela toalha de rosto na frente cobrindo as partes, e ia andando na maior, no meio de todo mundo. Só que é óbvio que a toalha só cobria a frente, então eu tive a visão surreal de uma espécie de índio nipônico em uma tanga do pokemon, andando de um lado para o outro, no meio das gentes. Nunca tinha visto a bunda de um professor antes ( que não fosse a minha e'claro) e não estava gostando da experiência. COntudo, eu nunca agradeci tanto o fato de ter ido com a minha toalha GG tamanho família (bem, sabe como é, uma toalhinha de mão pra mim não ia dar conta do recado, enfim sabe como é) e enrolei bem a toalha ao redor da minha cintura e também pude me locomover, mas não sem um certo desconforto, entre as pessoas que ali estavam. Os momentos de pânico aconteciam quando eu tinha que deixar a toalha de lado e entrar na Água. Tentei desenvolver um método onde essa operação fosse a mais rápida possível, mas depois de um tempo percebi que o melhor era não pensar muito na situação. Confesso entretatanto que a melhor parte dessa minha primeira experiência no onsen foi quando terminou, voltamos para a tendinha azul e eu finalmente coloquei a minha roupa. Havia terminado. eu não precisava mais ver aquela cena ridícula do meu professor correndo com sua bunda branca por entre os transeuntes. Era hora de seguir para o Hotel. No outro dia iríamos visitar a escolinha de crianças. Amanhã eu conto como foi a visita e coloco as fotos (da visita).

Respondendo:

Deya : é na verdade o onsen é mais uma "quente" do que uma "fria..."

Samara: Eu também odeio. Não se preocupe com as fotos, por força de contrato a GGGG magazine não me deixa publicar as fotos aqui.

Sarah: Bem, pelo motivo exposto acima, não posso publicar as fotos... também me explicaram que, como as fotos ficaram grandes demais, não há espaço no servidor do blog para alojá-las.

Gui- Tambeém estou com saudades de todos aí. Bem, as fotos, pelos motivos acima expostos...

domingo, 1 de junho de 2008

Onsen parte I - Proposta Indecente.








Queridos leitores infiéis. Quanto mais tempo eu passo no Japão, confesso, menos o entendo. Vejam vocês como são as coisas. Fim de semana passada fui com o meu professor e mais dez coleguinhas de sala visitar uma escola primária no estado de Toyama, a uns 300 kilômetros de Otsu, onde vivo. Bem, fomos de carro, e devo deixar registrado aqui que as estradas são óbviamente ótimas, com pequenas áreas de lazer, abastecimento e descanso a cada 20 kilômetros e áreas maiores a cada 50 kilômetros. O pedágio aqui funciona da seguinte forma: a estrada passa ao largo de todas as cidades, então para entrar nas estradas a gente precisa pegar as saídas, em cada saída tem um posto de pedágio. Você pega uma ficha quando entra na estrada e devolve quando sai dela, assim eles calculam o quanto você andou e o quanto você tem de pagar de pedágio. Aí vem a parte amarga da coisa, por 300 kilômetros pagamos cerca de 100 reais de pedágio...
Bem, chegando a Toyama o primeiro passeio era ir a um Onsen. O Onsen é uma das "instituições" mais tradicionais da vida social do japão, são águas termais, de origem vulcânica, onde as pessoas entram e relaxam por algum tempo. Aí você vai pensar: "Ah, é Caldas Novas pô!", hum, mais ou menos, porque no Onsen é o lugar onde o seu "superior" o trata como se fosse um "igual" portanto quando o seu "superior" o convida para ir ao Onsen, é aconselhável que você aceite. O nosso Onsen era ao ar livre, nas fotos acima vocês podem ver um dos poços, mais fundo, e outro, mais aberto. As lonas azuis que vocês vêem na foto, são para que as pessoas troquem de roupa. Ah, um detalhe importante sobre o Onsen, nele se deve entrar completamente nú... Bom, acho que vocês já começaram a entender a enrascada em que eu me meti né? Porque se o meu professor me chamasse para ir ao Onsen, eu deveria aceitar, se eu aceitasse, deveria entrar nú, e se entrasse nú, bem, era um Onsen aberto... Bom, chegamos, demos uma volta, e percebi que ninguém tinha entrado. Pensei, "Ufa, acho que era só para ver o Onsen... Não vou ter de ficar nú na frente do mundo" foi quando ouvi meu professor me chamar " Dabi San, vamos entrar!" Foi aí qie pensei "Houston, we have a problem..." Bem, Hoje já escrevi muito, amanhã eu conto como termina essa história...

Respondendo:

Oi Lulú!! Puxa que triste ouvir essa notícia do Vitão... Mas é isso, enquanto todo mundo quiser manter o seu "direito" de ter a sua arma, essas coisas vão acontecer. O mais triste é ver como o brasileiro é facilmente manipulável, foi só o lobby das armas derramar uma graninha, comprar uns deputados e fazer a propaganda que todo mundo "se conveceu" de que ter arma era um bom negócio, pra nossa segurança! Aí tá o resultado... Beijos pra você Lulú, e o ciso, como foi?










Bom, vamos lá. Nessas fotos aí vocês podem ver o caminho que percorremos em um tremzinho barulhento pacas por 40 minutos até chegar ao alto da montanha onde iríamos aproveitar do Onsen. Nas fotos, a Con, minha vizinha coreana e o meu professor, Kimata - já pensou ter um professor kimata hein - e na outro o Vietnamita Vungh com a sayume, que estudou português por um ano e conseguiu contar de um a dez em português, pulando o três e o oito! Essa aí tem talento pra língua estrangeira hein!